Tempo de Mudança

Tempo de Mudança — A Time of Changes (1971) de Robert Silverberg — Suponha-se uma civilização em que as pessoas nunca se referem a si próprias na primeira pessoa porque isso é o pior dos pecados, a última das vergonhas. Uma cultura em que ninguém pode dizer “eu” ou usar “me” e “mim”! Nem pode desnudar a quem quer que seja os seus pensamentos íntimos! As práticas linguísticas de uma cultura extraterrestre tão reprimida, tão acorrentada por um rigoroso apagamento pessoal, que todas as referências à própria pessoa são proibidas e têm de ser feitas eufemisticamente… A civilização que se desenvolveu sob o sol verde-dourado de Velada Borsthan é egoísta e brutal; o culto das convenções esconde a desumanidade. A linguagem é apenas um disfarce… Até que um terrestre se aproxima de Kinnal Darival e lhe entrega algo que é a mais terrível das armas; a arma que provocará a Mudança num mundo como aquele. O tema, o estilo, o intenso dramaticismo, explicam que “Tempo de Mudança” tenha sido distinguido com o tão cobiçado Prémio Nébula de 1972 para o Melhor Livro / Best Novel de Ficção Científica.